FUI SUBMETIDO A UM IMPLANTE DE STENT CORONARIANO E NECESSITO FAZER UMA CIRURGIA. E AGORA?
12/02/2021IMPLANTE DE MARCA-PASSO CARDÍACO.
12/03/2021Frequentemente encontramos pacientes com os diagnósticos de sobrepeso e obesidade, que argumentam que são ativos, fazem exercícios e apresentam exames recentes dentro de parâmetros adequados estabelecidos pelo seu médico generalista.
A obesidade é uma outra pandemia em que se vive atualmente e pessoas com esta condição apresentam risco aumentado para diabete melito e problemas cardiovasculares.
Mas será que a atividade física regular e uma boa aptidão física podem anular os efeitos DELETÉRIOS da obesidade ?
Algumas metanálises (um tipo de estudo clínico que analisa vários tipos de estudo considerados relevantes e com boa representatividade) sugerem que a aptidão física baixa e obesidade aumentam o risco para mortalidade cardiovascular, mas a aptidão cardiorrespiratória seria um fator preditor mais importante para a mortalidade pelas doenças cardiovasculares.
Com isso surgiram algumas sugestões de intervenções mais focadas na melhora da aptidão física através de atividade física do que no controle da obesidade.
O conceito de “obeso mas ativo” pode ser considerado uma alternativa para reduzir o risco cardíaco?
Minha resposta é NÃO!
Um estudo recente incluindo quase 530 mil participantes categorizou os pacientes de acordo com o índice de massa corpórea (IMC) como peso normal (42%), sobrepeso (41%) e obesidade (18%) e de acordo com seus padrões de atividade física como inativos (63,5%) , insuficientemente ativos (12,3%) e ativos (24,2%). Os pesquisadores também estudaram a prevalência de diabetes (3%), colesterol alto (30%) e pressão alta (15%).
Os autores pesquisaram a associação entre peso e atividade física e verificaram que os pacientes obesos considerados ativos tinham uma prevalência de colesterol alto, pressão alta e diabete cerca de 2 vezes, 5 vezes e 4 vezes maior, respectivamente, em relação aos seus parceiros inativos com peso normal.
Apesar de ser um estudo com limitações metodológicas e não ter sido controlado para outros fatores como dieta e ainda com um questionário auto-dirigido para a informação de atividade física dos participantes (o que pode trazer vieses) a informação de que o combate à obesidade é um fator central na busca de um perfil de risco cardiovascular melhor para os pacientes deve ser fortemente disseminada . A obesidade além de ser um fator de risco cardiovascular aumenta também o risco de várias doenças crônicas (como vários tipos de cânceres, por exemplo).
Atividade física e uma dieta equilibrada devem fazer ambas parte do nosso estilo de vida para obtermos melhor aptidão cardiorrespiratória e o peso adequado.
referências:
Valenzuela PL et al. Joint association of physical activity and body mass index with cardiovascular risk: a nationwide population based cross-sectional study. Eur J Prev Cardiol, 2021, jan 26; zwaa151.
Barry VM et al. The joint association of fitness and fatness on cardiovascular mortality: a meta-analysis. Prog Cardiovasc Dis. 2018; 61:136-141.