
HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA.
20/12/2020
ENTENDA POR QUE MOTIVO VOCÊ PRECISA PARTICIPAR DAS DECISÕES. E COMO VOCÊ DEVERÁ FAZER ISSO.
12/01/2021O consumo de bebidas energéticas é reconhecido como de risco para jovens e adultos com certas predisposições. Não estão ainda bem definidos os verdadeiros riscos da combinação dos elementos presentes nestes preparados, porém sabemos que uma combinação de açucares e cafeina em excesso pode trazer complicações, especialmente, na frequência dos batimentos cardíacos, podendo levar a arritmias (ritmo cardíaco desorganizado e rápido) ou hipertensão arterial. Nos energéticos há aproximadamente 80 a 90 mg de cafeína para cada 250 ml de bebida, sendo que o consumo recomendado de cafeína para adultos é de até 400 mg por dia.
Já crianças com menos de 12 anos não devem consumir cafeína e nos adolescentes o consumo não deve passar de 100 mg por dia, de acordo com a Academia Americana de Pediatria.
Como estas bebidas estão associadas a ocasiões festivas e geralmente adicionadas ao álcool, com um cálculo simples podemos ver que facilmente estas quantidades podem ser ultrapassadas !
Um estudo pequeno, porém bem delineado publicado no Journal of the American Heart Association procurou verificar o impacto do uso de energéticos em parâmetros eletrocardiográficos e hemodinâmicos em 34 voluntários com média de 22 anos de idade e saudáveis. Resumindo, os autores procuraram avaliar se a bebida produziu alterações na pressão arterial e frequência cardíaca ou alterações no eletrocardiograma que sabidamente geram predisposição para arritmias (as vezes graves).
Os participantes consumiram cerca de 940 mL de uma bebida energética A, uma bebida energética B ou placebo (substância inerte), durante 60 minutos, em 3 dias de estudo, com um período livre de 6 dias entre as tomadas.Foram medidos os parâmetros do eletrocardiograma, frequência cardíaca e pressão arterial, medidos no período basal e a cada 30 minutos, até 240 min após o consumo das bebidas.
A resultado da interação entre intervenção e o tempo para o aparecimento das alterações foi estatisticamente maior para os parâmetros eletrocardiográficos, frequência cardíaca e pressão arterial. A mudança máxima do intervalo QT corrigido (um parâmetro que usamos para detectar predisposição a arritmias) a partir do basal para o consumo das bebidas energéticas A e B comparadas ao placebo foi maior, assim como a pressão arterial e frequência cardíaca, que se apresentaram aumentadas e diferentes quando comparadas ao placebo.
Os autores concluíram, que o consumo de bebidas energéticas prolonga o intervalo QT corrigido e aumentam os níveis da Pressão Arterial.
Ou seja, jovens predispostos podem ter alterações graves usando tais bebidas, especialmente se usam em grandes quantidades, associadas ao álcool ou combinadas a outros medicamentos.
Adultos não foram incluídos no estudo, mas podemos inferir que estão sujeitos aos mesmos riscos, especialmente se já tiverem histórico de infarto, arritmias ou hipertensão arterial.
Nesta época de festividades procure se hidratar, se exercitar, alimentar-se adequadamente e evitar excessos
Referência: Shah SA et al. Impact of High Volume Energy Drink Consumption on Electrocardiographic and Blood Pressure Parameters: A Randomized Trial. Journal of the American Heart Association. 2019; DOI:10.1161/JAHA.118.011318.