
HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA.
20/12/2020Em algumas situações devemos procurar o profissional de saúde por sintomas que geram preocupação. Geralmente algo que nos tira do cotidiano ou de um estado de conforto, algo que atrapalha a nossa “correria do dia-a-dia” em razão de algum ou alguns sintomas que nos leva a uma limitação, tal como uma dor no peito de início recente, uma falta de fôlego que geralmente não acontecia com um esforço habitual, etc.
Para estas situações é notório que devemos procurar um diagnóstico preciso, especialmente com um cardiologista, para afastarmos com precisão uma doença cardiovascular e mesmo poder orientar o paciente em o que fazer ou como se comportar frente a estes sintomas. Mas e quando não há sintomas? Por que precisamos consultar regularmente um cardiologista?
Considero aqui duas situações importantes:
Pessoas saudáveis: A resposta está na importância da identificação precoce de situações que aumentam a probabilidade do desenvolvimento da doença cardiovascular no futuro, o que chamamos de fatores de risco. Essa prevenção chamamos de “primária”.
Como já falamos anteriormente, a hipertensão, diabetes ou alterações do colesterol não irão causar nenhum sintoma de forma direta. Por isso, somente o rastreamento precoce poderá identificar tais situações e fazer com que o cardiologista realize uma intervenção. Quanto maior a intensidade dessa alteração e o tempo em que ela se encontra não diagnosticada, maior o risco de um acidente vascular cerebral ou infarto agudo do miocárdio.
Recomendo que desde cedo, mesmo aos 20 anos de idade, possamos realizar um exame ou medida da pressão arterial. É importante salientarmos na primeiro consulta aspectos educativos e identificarmos alguns fatores modificáveis como o tabagismo, o consumo de bebidas alcoólicas e a obesidade, bem como não modificáveis como alterações genéticas e histórico familiar precoce de doenças cardiovasculares o que deverá intensificar a procura de fatores de risco ou aumentar o grau de atenção para doenças cardíacas de instalação mais cedo durante a vida.
Pessoas com doença cardíaca: Mesmo pacientes com a presença de cardiopatia que estejam assintomáticos devem realizar avaliações de rotina. Todas as doenças cardiovasculares possuem uma trajetória em que o médico cardiologista irá aumentar a intensidade do tratamento ou irá implementar novas estratégias frente aos resultados de exames de rotina. Mesmo sem sintomas, alguns pacientes podem apresentar alguma alteração que orienta o médico a realizar uma nova conduta caso contrário a probabilidade de complicações será maior. Este é o caso das doenças das válvulas cardíacas, por exemplo, quando em algumas situações o paciente mesmo sem sintomas poderá ser submetido a cirurgia a fim de evitar complicações graves e até irreversíveis de sua doença.
Toda intervenção é realizada com base em estudos populacionais ou de intervenção corretamente delineados e também individualizada de acordo com o perfil de cada paciente.